Moscovo recebe negociadores norte-americanos para discutir um cessar-fogo na Ucrânia, mas a aceitação da Rússia aos termos propostos pelos EUA continua incerta.
A Casa Branca pressiona o Kremlin a assinar um acordo de 30 dias, considerando-o um teste à sua intenção de encerrar o conflito.
O presidente dos EUA, Donald Trump, advertiu que a recusa russa traria consequências económicas “devastadoras”, sugerindo novas sanções. No entanto, o Kremlin mantém reservas.
O conselheiro presidencial russo, Yuri Ushakov, afirmou que a trégua beneficiaria apenas as forças ucranianas, garantindo que Moscovo procura uma solução duradoura que respeite os seus interesses.
A proposta prevê a suspensão de operações militares por 30 dias, podendo ser prorrogada, além da troca de prisioneiros e do regresso de crianças ucranianas levadas à força para a Rússia.
Como contrapartida, os EUA retomaram a partilha de inteligência e o apoio militar à Ucrânia.
O presidente russo, Vladimir Putin, ainda não comentou o acordo, mas deslocou-se à região de Kursk, onde forças ucranianas mantêm presença desde agosto.
A visita foi vista como um sinal de resistência do Kremlin, num momento em que as tropas russas continuam a avançar no leste da Ucrânia.
Alguns analistas duvidam que Moscovo aceite ou cumpra o cessar-fogo. Outros alertam que, caso Putin recuse, poderá enfrentar maior pressão internacional, incluindo de Trump. Também outros apontam que a Europa deve reforçar o apoio militar a Kiev, reduzindo a sua dependência de Washington e protegendo-se contra a imprevisibilidade das relações entre EUA e Rússia.