A União Europeia enfrenta uma escassez de 16 medicamentos considerados críticos para a saúde pública, devido a problemas de fabrico, aumento da procura e descontinuação de alguns fármacos.
Segundo a Agência Europeia de Medicamentos (EMA), há atualmente 34 medicamentos em falta, dos quais 16 integram a lista prioritária da Comissão Europeia no âmbito da nova Lei dos Medicamentos Críticos.
Entre os fármacos essenciais em rutura de stock está o Cyanokit, único tratamento aprovado na UE para envenenamento por cianeto, cuja produção foi suspensa devido a risco de contaminação. A escassez deverá ser resolvida até maio de 2025.
A amoxicilina, antibiótico usado para tratar infeções bacterianas, continua a registar falhas no abastecimento desde 2022, após um aumento da procura devido a doenças respiratórias.
Pacientes com asma e doenças respiratórias enfrentam dificuldades no acesso ao salbutamol, usado em inaladores, devido à incapacidade dos fabricantes em satisfazer a procura crescente. A escassez poderá prolongar-se até meados de 2025.
Pessoas com diabetes também foram afetadas pela descontinuação de alguns tipos de insulina (Insuman Rapid, Basal e Comb 25), levando os médicos a recomendarem a transição para outras marcas.
Sete medicamentos para tratamento do cancro, incluindo metotrexato, cisplatina e paclitaxel, enfrentam problemas de fabrico e procura elevada. No entanto, algumas opções alternativas estão disponíveis.
A vacina Ixiaro, usada contra a encefalite japonesa, sofreu atrasos na entrega em vários países, incluindo Portugal, devido à elevada procura e problemas de fabrico. A normalização do fornecimento está prevista para abril de 2025.
Entre os outros medicamentos críticos em falta estão o Pegasys, utilizado para doenças do sangue, o Zypadhera, para tratamento da esquizofrenia, o Integrilin, usado na prevenção de ataques cardíacos, e a verteporfina (Visudyne), para tratamento de doenças oculares.
A Comissão Europeia procura reforçar o fornecimento de medicamentos essenciais e evitar novas ruturas através da Lei dos Medicamentos Críticos.
Entretanto, a EMA está a monitorizar a situação e a recomendar alternativas sempre que possível.