Esta terça-feira, membros da Embaixada de Portugal no Chipre, que é a representação consular Portuguesa no Líbano, convocaram uma reunião de emergência com vários cidadãos Portugueses no consulado em Beirute. A reunião teve como foco principal a discussão sobre a possível necessidade de evacuar os cidadãos para fora do Líbano, dadas as circunstâncias extremas vividas de momento.
A comitiva oficial revelou que haverá 7 pontos de evacuação, mas que ainda não foi feita a seleção final do local de partida para os cidadãos a evacuar. Se Israel bombardear o aeroporto de Beirute, tal como o fez em 2006, a evacuação será provavelmente efetuada através de um dos portos ao longo da costa Mediterrânea, com alguns cidadãos a referir preferência pelo porto de Jounieh, a alguns quilómetros norte de Beirute. O ponto de encontro onde os cidadãos se deverão reunir antes da evacuação será também designado mais tarde e a equipa consular apelou para que alguns membros da comunidade sediada no Líbano contribuíssem com apoio organizacional e comunicativo para facilitar as operações no terreno.
Apesar da maioria dos cidadãos portugueses e seus cônjuges (muitos deles Libaneses) se encontrar geograficamente fora de perigo, há sérios receios de que a escalada da guerra possa afetar as zonas onde habitam e trabalham. Foi ainda sugerido pela equipa consular, acompanhada por membros do Ministério dos Negócios Estrangeiros presentes na reunião, que antes de pensarem em evacuar, os cidadãos contemplassem a opção de se mudar temporariamente para o Norte Libanês, especificamente na cidade de Tripoli, onde poderão estar mais seguros e longe dos bombardeamentos Israelitas.
É possível que a intensidade da guerra entre Israel e o Hezbollah, que conta já com mais de 1000 mortos, milhares de feridos e um número incalculável de pessoas deslocadas das suas residências, crie circunstâncias ainda mais extremas que poderão levar grande parte da comunidade Portuguesa a fugir do Líbano muito brevemente.
João Sousa, a partir de Beirute