Desde o apelo ao recrutamento de combatentes no Líbano feito pelo Hamas, em dezembro do ano passado, o número de candidatos tem aumentado. Apesar da presença do Hamas em território libanês não ser um fenómeno recente (por exemplo, em 2017 alguns dos seus membros mais proeminentes regressaram ao Líbano), o grupo islamista tem ganho popularidade entre a população palestiniana, desde os ataques do Hamas em Israel, no dia 7 de outubro de 2023, quando a reputação de invencibilidade da segurança israelita foi seriamente posta em causa.
A falta de oportunidades de trabalho, a precariedade laboral e a alienação na sociedade libanesa são alguns fatores que têm contribuído para este interesse crescente por parte de potenciais recrutas palestinianos.
Entretanto, o Hamas tem contado com um aumento no apoio financeiro e logístico iraniano e suporte militar e tático do Hezbollah, principalmente na zona sul do Líbano.
O apelo ao recrutamento pelo Hamas tem sido fortemente criticado por vários políticos libaneses, com destaque a Gebran Bassil, líder do Movimento Patriótico Livre, que afirmou que esta iniciativa representa um ataque à soberania nacional e rejeitou a criação de uma ‘Terra do Hamas’.
João Sousa