Cabinda: Rodrigues Mingas condenado a cinco anos de prisão efetiva em Paris

Considerado culpado de participação em associação de malfeitores em vista de preparação de um ato de terrorismo, de janeiro de 2010 a 13 de dezembro de 2010, André Rodrigues Mingas foi condenado no Tribunal de Grande Instância de Paris a cinco anos de prisão efetiva e cerca de 450.000 euros de multas e indemnizações, de prejuízos morais e materiais. Durante a leitura da sentença a juíza também reconheceu Angola como “vítima”.

Devido ao “risco de reiteração”, a juíza deu ordem de prisão imediata, tendo sido Rodrigues Mingas algemado na sala de audiências. Após ouvir a totalidade da sentença, Rodrigues Mingas foi conduzido para a prisão.

Segundo um dos advogados da parte angolana, Jean Reinhart, “Angola já aguardava por esta decisão desde há muito tempo” e “está satisfeita com a decisão do tribunal” que “logicamente” condenou Rodrigues Mingas a uma pena de prisão.

A 8 de janeiro de 2010, em Cabinda, o autocarro proveniente de Ponta Negra no Congo que transportava a seleção nacional de futebol togolesa que iria participar na Taça Africana das Nações (CAN), escoltado pela polícia angolana, foi atacado por homens armados. Durante 20 minutos os atacantes dispararam contra o veículo causando dois mortos e vários feridos.

Pouco depois do ataque a ação foi reivindicada pela organização Frente de Libertação do Estado de Cabinda – Posição Militar (FLEC-PM), cujo porta-voz era Rodrigues Mingas, o qual, a partir da região parisiense, deu várias entrevistas à imprensa. Nas suas declarações Rodrigues Mingas declarou que a ação contra a equipa togolesa era a primeira de um conjunto de operações que a FLEC-PM pretendia efetuar em todo o território de Cabinda.

2 Comments

  1. Ilídio Machado

    Hammmm. Agora já sei. Os crimes que são cometidos em Angola devem ser reportados a um tribunal em Paris!!! Afinal somos mesmo “mente captos”. Tribunais parisienses, se preparem para a quantidade de processos que vão receber… e melhor adiarem férias
    de fim D’Ano e prepararem novas unidades penitenciárias porque se prevê época de “muita chuva”

  2. Aída Paiva

    Quando leio essas reportagens sobre a África quase desisto de viver. Estou lendo reportagens lindas e maravilhosas sobre o Putin novas formas de pensar e governar quando de repente vejo um artigo sobre a África mostrando que ainda falta muito pra gente atingir a perfeição. O jeito do ser humano se organizar pra resolver problemas ainda não está bom. Precisamos pensar mais a África, nos unir a África, nos integrar a África, acolher a África, incluir a África. Pensar a terra com a África.

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