No Dia Internacional do Café, comemorado dia 1 de outubro, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) e o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) anunciaram uma parceria para ampliar o programa “Construindo Solos Saudáveis” em regiões produtoras do estado. O acordo prevê a instalação de Unidades Demonstrativas no Sul de Minas e no Cerrado Mineiro para avaliar o impacto do manejo regenerativo na produtividade e na conservação ambiental.
Criado pela Emater-MG, o programa incentiva o cultivo de plantas de cobertura, como crotalárias, milheto, nabo forrageiro e feijão-guandu, em consórcio com lavouras cafeeiras. As espécies protegem o solo contra erosão, aumentam a infiltração de água, regulam a temperatura e, após a roçada, permanecem como palhada, preservando umidade e matéria orgânica.
Segundo estudo do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) e Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), a manutenção de solos cobertos junto a práticas conservacionistas pode gerar balanço negativo de 10,5 toneladas de CO₂ equivalente por hectare anual em cafezais de arábica em Minas Gerais.
As Unidades Demonstrativas permitirão que técnicos e produtores acompanhem de perto os resultados. O projeto inclui assistência técnica especializada, análises de solo, avaliação de biomassa e mobilização dos cafeicultores com apoio dos exportadores vinculados ao Cecafé.
Para a diretora de Responsabilidade Social e Sustentabilidade do Cecafé, Silvia Pizzol, a parceria demonstrará na prática os benefícios ambientais e produtivos. O coordenador técnico de Cafeicultura da Emater-MG, Bernardino Cangussu, ressaltou que a adoção de sistemas regenerativos atende às exigências do mercado por café ambientalmente responsável.
Ígor Lopes
