O Presidente cabo-verdiano, Jorge Carlos Fonseca, considerou esta quinta-feira, 06 de junho, na ilha de Santo Antão, que o desenvolvimento do turismo constitui “uma via possível na batalha contra a pobreza”, que atinge 45,7% da população santantonense.
A declaração foi feita na abertura do seminário internacional sobre o turismo sustentável, que decorre na cidade do Porto Novo. A percentagem de pobreza referida encontra-se nos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), que indicam também que 17,1 % da população de Santo Antão vive na pobreza extrema.
Segundo o Chefe de Estado, o incremento do turismo, mormente na sua vertente ecológica e social, poderá ser uma forma de combater este fenómeno. Para tal, disse ser “necessária” a integração das comunidades na definição da “cadeia de oferta dos produtos” e na “feitura” dos pacotes” a disponibilizar os turistas.
O governante considerou ainda que Santo Antão pode, igualmente, explorar o chamado turismo humanitário, para ajudar a resolver os problemas de ordem social que afligem a ilha, nomeadamente a pobreza e a requalificação das habitações e escolas, bem como a limpeza das cidades. Este turismo é “feito a custo zero” para as comunidades que dele beneficiam e permite que os projetos estejam “centrados nas pessoas” e que “os recursos alocados” sejam aplicados em benefício das famílias.
“Este tipo de turismo, a par do ecoturismo, é uma porta que se pode abrir às comunidades”, salientou, mas defendeu que, no contexto de Santo Antão, “dificilmente” o turismo, qualquer que seja a vertente, ajudará a resolver o problema da pobreza, se a agricultura não for “devidamente integrada” na estratégia para o setor turístico.
“Daí, a importância da participação das comunidades na elaboração dos pacotes turísticos que se pretende disponibilizar aos turistas”, acrescentou, explicando que essa abordagem inclusiva, sobretudo do ecoturismo, torna o turismo sustentável tanto do ponto de vista ambiental, como económico e social.