A líder do PAICV, Janira Hopffer Almada, afirmou que o partido que representa considera que o aval de 518 mil contos (cerca de 4.697 euros) que o Governo deu à concessionária de transportes marítimos Cabo Verde Interilhas, empresa com capital maioritariamente estrangeira, teria servido para resolver os problemas dos armadores nacionais para o acesso ao financiamento.
A quantia serviria também, segundo a própria, para permitir a renovação da frota para os armadores nacionais, além de um “grande investimento” na marinha mercante nacional.
“Que armador nacional é que não conseguiria um empréstimo se tivesse o aval do Estado. O grande problema dos armadores é o acesso ao financiamento. Não há uma única instituição financeira que não concede empréstimo com o aval do Estado, porque é um dinheiro certo, é um dinheiro que não se perde”, salientou, questionando porque é que o atual Governo “confia em empresas de capital maioritariamente estrangeira e não confia nas empresas nacionais”.
A posição foi partilhada com os jornalistas nesta terça-feira, 17 de setembro, após a dirigente ter sido recebida pelo Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, a quem foi solicitar contribuições antes de participar na reunião do Presidium da Internacional Socialista sobre mudanças climáticas e desenvolvimento sustentável, que decorre no dia 25 de setembro, em Nova Iorque, nos Estados Unidos da América.
Quanto ao encontro com o Chefe de Estado, declarou que o mesmo serviu para demonstrar a grande preocupação do PAICV em relação a algumas questões sobre os transportes aéreos e marítimos. “Nos transportes marítimos se nota um grande caos na organização de algumas linhas, contrariando assim todos os compromissos assumidos pela atual maioria, mas também criando grandes dificuldades aos cidadãos cabo-verdianos”, criticou.
Recorde-se que o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, explicou recentemente que o aval do Governo à Cabo Verde Interilhas significa que “o Governo acredita no projeto”.
Foi em outubro do ano passado que o Governo anunciou que, entre as empresas selecionadas, o grupo português Transinsular tinha vencido o concurso público internacional para a gestão e exploração do serviço público de transporte marítimo de passageiros e carga entre as ilhas. Em março deste ano, o Governo e a Transisular assinaram o contrato de concessão do serviço público de transporte marítimo de passageiro e carga, por um período de 20 anos, que entrou em vigor a 15 de agosto.