Timor-Leste: Lucros do Greater Sunrise podem render entre 28 e 54 mil milhões de dólares ao país

O presidente da petrolífera timorense Timor Gap, Francisco Monteiro, revelou este sábado, 08 de dezembro, que Timor-Leste poderá ter lucros entre 28 e 54 mil milhões de dólares (24.590.300.000 e 47.424.100.000 euros, respetivamente) com o desenvolvimento dos campos de Greater Sunrise.

A variação entre os dois valores está relacionada com a mudança nas estimativas das reservas do Greater Sunrise e ainda nos valores das despesas com capital (CAPEX) e despesas operacionais (OPEX) associadas ao projeto, tanto na fase upstream como downstream. No que diz respeito aos projetos petrolíferos, o upstream abrange as atividades de exploração, perfuração e produção. Já no caso do downstream, abrange as atividades de transporte, distribuição e comercialização.

O representante da Timor Gap referiu ainda que o desenvolvimento do Greater Sunrise, incluindo a produção de gás natural liquefeito (GNL) no sul do país, irá criar mais de 38 mil postos de trabalho para o povo timorense e conta-se igualmente com um impacto económico estimado de 58,4 mil milhões de dólares no país.

Francisco Monteiro acrescentou que o investimento total da parte de Timor-Leste irá ascender a 10,5 mil milhões de dólares, dos quais 2,6 mil milhões de dólares no upstream e 7,9 mil milhões de dólares no downstream, dos quais pelo menos 20%, correspondentes a 2,1 mil milhões, serão capital próprio a investir pelo Estado até 2025. Já os restantes 80% poderão vir de vários modelos, como o investimento dos restantes membros do consórcio, através de financiamento de projeto (Project finance), empréstimos ou “financiamento EPC”, que inclui um contrato de construção.

Entre os “benefícios sócio económicos” existentes, o projeto representará, durante a fase upstream, uma injeção de 15 mil milhões em “custos de exploração, desenvolvimento e instalação e operações de manutenção” na economia, e criará “amplas oportunidades de emprego”, bem como novas infraestruturas e impacto noutros setores da economia. A isso é somada uma parte dos gastos CAPEX e OPEX de quase 10 mil milhões na instalação do gasoduto, além de vários “benefícios estratégicos”.

“O grande investimento no downstream tornará Timor-Leste num país que dá confiança aos investidores sobre o seu futuro, permitindo responder às necessidades nacionais de combustíveis e exportar 5% do gás para a Indonésia”, declarou Monteiro, explicando que um dos fatores novos da equação é a decisão de o país ter acordado comprar as participações da ConocoPhillips e da Shell no consórcio do Greater Sunrise, respetivamente por 350 e 300 milhões de dólares.

Segundo a Timor Gap, essa participação maioritária de 56,56% representará um aumento de pelo menos nove mil milhões de dólares nos rendimentos para o país, para um total de 25 mil milhões. A este valor é somado um lucro de 3,2 mil milhões de taxas e impostos na fase downstream, com a opção de desenvolvimento em Timor-Leste.

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