O vice-presidente dos EUA, Mike Pence, ofereceu na terça-feira novos incentivos aos militares da Venezuela que retirem o apoio ao presidente Nicolas Maduro, em resposta a uma tentativa de golpe de estado na semana passada, revelou à Reuters fonte do governo.
Num discurso na Sociedade Américas no Departamento de Estado, Pence também alertou que os Estados Unidos em breve sancionarão 25 juízes do Supremo Tribunal da Venezuela, informou a fonte, falando sob condição de anonimato.
Pence também oferecerá assistência aos refugiados que fugiram do país e um pacote de ajuda económica que dependerá de uma transição política, disse a fonte, citada pela Reuters.
O discurso de Pence irá delinear a estratégia inicial do governo do presidente norte-americano Donald Trump após os protestos de rua da semana passada liderados por Juan Guaidó, líder da oposição, e apoiado pelos EUA e cerca de 50 países.
Guaidó descreveu os protestos como o início da sua “fase final” para tirar Maduro do poder, mas não houve deserções militares em massa.
O também presidente da Assembleia Nacional invocou a Constituição em janeiro para se declarar presidente interino do país, argumentando que a reeleição de Maduro em 2018 foi ilegítima.
Maduro, que disse que Guaidó é uma marioneta de Washington, tentou demonstrar que o Exército está do seu lado, mas os líderes da oposição e as autoridades americanas afirmam que esse apoio é fraco.
Pence oferecerá novos “incentivos” aos militares venezuelanos, disse a fonte à Reuters, que se recusou a fornecer detalhes das propostas antes do discurso. “Mostrará onde estão as oportunidades se as pessoas fizerem a coisa certa no futuro”, afirmou.
Pence também dará orientações sobre a nova ajuda para os venezuelanos que fugiram do país rico em petróleo, e um plano de ajuda económica que será executado a partir do “primeiro dia” depois da partida de Maduro, acrescentou a fonte.
O vice-presidente também fará uma advertência aos magistrados do Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela. O Departamento do Tesouro sancionou em 2017 o presidente do tribunal, Maikel Moreno, e os sete principais membros da sua câmara constitucional, e agora prepara sanções contra os 25 membros restantes, disse a fonte. “Sentimos que é aí que a pressão deve ser aplicada”, referiu. “Os 32 magistrados do TSJ vão afundar ou nadar juntos”, acrescentou.