A União Europeia recuperou terreno no comércio internacional de alta tecnologia em 2024, alcançando um excedente comercial de 23 mil milhões de euros após quatro anos de défices consecutivos, segundo dados do Eurostat.
As exportações de bens de alta tecnologia do bloco — desde semicondutores e inteligência artificial a equipamentos médicos e energias renováveis — atingiram 501 mil milhões de euros, mais 8% face a 2023. Em contrapartida, as importações estabilizaram nos 478 mil milhões de euros.
Os Estados Unidos foram o principal destino das vendas europeias, absorvendo 156 mil milhões de euros, seguidos da China (49 mil milhões) e do Reino Unido (48 mil milhões).
O saldo positivo deve-se sobretudo à indústria farmacêutica, responsável por um terço das exportações de alta tecnologia (166 mil milhões de euros). Só os EUA compraram 84 mil milhões de euros destes produtos, embora as importações tenham caído 30% em 2024.
Especialistas alertam que as novas tarifas americanas de 15% sobre medicamentos europeus podem reduzir ainda mais as exportações em 2025 e 2026, levando as empresas a tentar compensar com aumentos de preços no mercado europeu.
Outros setores em crescimento
- Eletrónica e telecomunicações: 94 mil milhões de euros (metade do valor de 2023), com destaque para a China como maior compradora.
- Indústria aeroespacial: 88 mil milhões (+57%), liderando nas vendas para a Turquia (37%) e Reino Unido (22%).
- Instrumentos científicos: 77 mil milhões, sendo 14% destinados aos EUA.
A China manteve-se como principal fornecedora de alta tecnologia à UE, com vendas de 141 mil milhões de euros, representando 30% do total importado. Seguiram-se os EUA (111 mil milhões), a Suíça (31 mil milhões), Taiwan (26 mil milhões), Vietname (24 mil milhões) e o Reino Unido (21 mil milhões).
A eletrónica e telecomunicações representaram 36% das importações, seguidas por computadores e máquinas de escritório (18%) e produtos farmacêuticos (15%).