Desde o anúncio de oferta de milhares de refeições gratuitas a soldados israelitas na sequência dos ataques do Hamas, no dia 7 de outubro de 2023, feito pela McDonald’s que milhares de consumidores no Médio Oriente adotaram drásticas medidas de boicote como forma de protesto contra a cadeia norte-americana. Este boicote, que se estendeu também a outros países, de maioria muçulmana, como a Malásia e a Indonésia, tem causado danos financeiros consideráveis.
Esta segunda-feira, o CEO da McDonald’s, Chris Kempczinski, declarou que a companhia sofreu a primeira perda trimestral de vendas nos últimos quatro anos, cujas ações caíram cerca de 4%. Kempczinski já tinha alertado para potenciais danos resultantes deste boicote num comunicado publicado na sua conta no LinkedIn, afirmando que a desinformação estava a afetar a reputação e imagem da McDonald’s.
O boicote tem sido dinamizado pelo movimento BDS (Boycott, Divestment, Sanctions), iniciativa em suporte da causa Palestiniana, com quase 20 anos de existência, e que, entre várias ações, tem atualizado a lista de marcas e companhias associadas a Israel, incluindo a McDonald’s.
O Líbano, que tem estado em guerra com Israel, nomeadamente na região sul, tem também adotado medidas de boicote semelhantes, principalmente através do grupo CBSI Lebanon (Campaign to Boycott Supporters of Israel in Lebanon), cujos ativistas têm organizado protestos pacíficos em estabelecimentos comerciais contra companhias como a McDonald’s e tem sugerido aos consumidores alternativas não associadas a Israel.
João Sousa