O PAICV considera que o aval dado pelo Estado cabo-verdiano a um empréstimo de 518 mil contos (cerca de 4.697 euros) pela Cabo Verde Interilhas demonstra a “intransparência do concurso e a inconsistência das suas medidas”.
A declaração foi feita nesta segunda-feira, 16 de setembro, pelo deputado e vice-presidente do maior partido da oposição, Nuías Silva, que acrescentou que o Governo não está a respeitar o as regras estabelecidas no concurso de concessão do serviço marítimo interilhas, podendo ler-se no contrato que o “concessionário obriga-se a suportar, por sua conta e risco, todos os encargos resultantes da exploração da concessão”.
“Entenda-se aqui incluído todo o risco comercial e o risco de exploração e surpreendendo todos os cabo-verdianos. O Executivo do Ulisses Correia e Silva fez publicar, no Boletim Oficial, a Resolução nº114/2019, de 13 de setembro, onde o Governo autoriza a Direcção-Geral do Tesouro a conceder um aval de 518 mil contos à Cabo Verde Interilhas, como garantia de um empréstimo bancário a ser negociado por esse consórcio com a Caixa Económica e o Internacional Investment Bank – IIB, sem no entanto especificar como esse montante será aplicado”, afirmou.
Para o PAICV, “a inconsistência das medidas deste Governo e a intransparência desta Governação vão ficando cada vez mais evidentes e preocupantes, indo ao ponto de aquilo que o Governo do MpD negou aos Armadores cabo-verdianos dá agora a uma empresa maioritariamente estrangeira, por razões que a própria razão desconhece”.
“A conclusão a que chegamos, decorridos estes poucos meses da concessão e com o caos gerado, é que o parceiro estratégico não tinha dinheiro, não tinha know-how e nem tinha as condições de acesso ao capital sem as garantias do Estado. Garantias essas que foram inexplicavelmente recusadas aos armadores nacionais”, sublinhou.