A Renamo exigiu à polícia mais explicações sobre o alegado envolvimento de agentes no rapto de Sofrimento Matequenha, ex-deputado e delegado provincial do maior partido da oposição em Moçambique.
“Esperamos que a polícia diga alguma coisa e que não se limite a negar [o envolvimento], porque isso não é suficiente”, declarou o porta-voz da formação política, Eduardo Leite.
As afirmações foram feitas durante uma conferência de imprensa realizada na província de Manica. Também segundo a mesma fonte, o rapto pode estar ligado a suspeitas de que Matequenha esteja ligado à autoproclamada Juta Militar da Renamo.
Recorde-se que este grupo dissidente tem atacado frequentemente aldeias e transportes civis no centro do país desde agosto de 2019, o que já resultou na morte de 30 pessoas.
Eduardo Leite quer que a polícia prove que “não é autora do rapto”, em vez de “negar o rapto” e mandar a esposa da vítima “ir apresentar queixa”.
Sofrimento Matequenha foi raptado na sua residência no início da noite do passado domingo, 13 de dezembro, de acordo com a denúncia feita pela família. Um grupo armado, equipado com farda policial, invadiu a casa da vítima no bairro Nhamaonha, subúrbio de Chimoio, capital provincial de Manica, e levou-a numa viatura preta, com vidros fumados, relatou a esposa do político. Ainda não se sabe nada sobre o paradeiro de Matequenha.